PARTE III
(parece escutar uma música e
senti-la, mas logo para) Presa. (olha fixamente para frente e tenta controlar a
raiva) Por tanto tempo. E a única saída era tentar enxergar os lados, que nem
com uma régua seria capaz de medir, porque o tamanho não mais importava. (não
com a cabeça) Depois de ouvir todos aqueles sons me perguntei se haviam se
esquecido do ser humano guardado naquela gaveta. Insoço e talvez um tanto
quanto burro. Porque é isso, (controla o choro) é isso que os seres tem se
tornado, sensível no ponto principal, até o ponto de tortura crucial. O tamanho
da cicatriz (mão no peito deixando lagrimas caírem) não cabe mais aqui, nem se
esquecesse. Não era capaz. O meu controle remoto esta desligado. Terceira
coisa. Mesmo que lhe arranquem, porque é isso que vão fazer lhe arrancar as
lembranças pensamentos, deixe que o desespero te corroa por inteiro, parece que
assim você consegue estar mais próximo do seu eu espiritual e talvez de uma “salvação”. Deixe que os sons aproximem você de uma
esperança, mesmo que tudo esteja perdido, porque é assim que você vai pensar no
que te resta de memória. Sempre há salvação, mesmo que depois você saia com uma
enorme fratura exposta (rir) tire essa imagem de fratura da cabeça, não é dessa
que eu falo. Pense, ainda te resta muito tempo, ou não. Mas pense que há.
Porque imagine um espaço onde criar ilusões esta tão distante? Até mesmo um ser
vivo controlado precisa de ilusões para sobreviver. O descontrolado já vive disso. Se vive? (chega
perto) Vive. Quarta coisa, acabei de dizer. Não adianta ninguém dizer o quanto
dueu, nem mesmo você dizer o quanto dói (lágrima cai na face) porque não existe
uma explicação lógica (movimenta-se pouco) só você consegui sentir, até porque
não tem como se entender. É seu. Foi seu. “Eu entendo”? (não com a cabeça) Não
entende. Quinta coisa. Fortaleza. Depois de dias preso dentro de você mesmo é
preciso tentar enxergar o que esta acontecendo, porque só você pode enxergar
isso (aponta) Só você. Não é triste isso, ou pelo menos não era pra ser (limpa
as lágrimas) O que um dia dueu em mim pode ser que não afete ninguém. E não é
pra isso que a gente sofre. (pensativa) E por que mesmo a gente sofre? (rir)
Não tente explicar, é tão igual à vida.
(...)
Mais uma de Amor.
logo mais a continuação...
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